"Pinta-se o amor sempre menino, porque ainda que passe dos sete anos [...] nunca chega à idade de uso da razão. Usar de razão e amar são duas coisas que não se juntam.
A alma de um menino que vem a ser?
Uma vontade com afetos e um entendimento sem uso.
Tal é o amor vulgar.
Tudo conquista o amor, quando conquista uma alma; porém o primeiro rendido é o entendimento.
Ninguém teve a vontade febricitante, que não tivesse o entendimento frenético.
O amor deixará de variar, se for firme, mas não deixará de tresvariar, se é amor.
Nunca o fogo abrasou a vontade, que o fumo não cegasse o entendimento.
Nunca houve enfermidade no coração, que não houvesse fraqueza no juízo".
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