Escrevo da prisão do meu quarto,
amarrada pelas cordas do nosso término,
meio escrava do passado.
Por mais livre que me sinta sem você aqui,
ainda não achei a janela pela qual posso me libertar.
Na verdade, sem você aqui,
concluí que liberdade mesmo era poder te ligar na madrugada
só pra escutar a sua respiração quebrando o silêncio do outro lado da linha.
Liberdade mesmo era te puxar pra perto,
colar nossas testas e,
de olhos fechados,
selar nosso amor da forma que só a gente sabia.
Liberdade era te chamar de “meu”,
assinar como “sua”,
me referir a mim e a você como “nós”.
Agora, ainda aguardo o habeas corpus que me tire desse mundo de angústia e saudade.
Ainda aguardo você.
Clara Ayroza
0 comments:
Post a Comment