Friday, September 14, 2012

Clara Ayroza



Escrevo da prisão do meu quarto,
 amarrada pelas cordas do nosso término,
meio escrava do passado. 
Por mais livre que me sinta sem você aqui, 
ainda não achei a janela pela qual posso me libertar. 
Na verdade, sem você aqui,
 concluí que liberdade mesmo era poder te ligar na madrugada 
só pra escutar a sua respiração quebrando o silêncio do outro lado da linha. 
Liberdade mesmo era te puxar pra perto, 
colar nossas testas e, 
de olhos fechados, 
selar nosso amor da forma que só a gente sabia.
 Liberdade era te chamar de “meu”,
 assinar como “sua”,
 me referir a mim e a você como “nós”. 
Agora, ainda aguardo o habeas corpus que me tire desse mundo de angústia e saudade.
 Ainda aguardo você.

Clara Ayroza

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Friday, September 14, 2012

Clara Ayroza



Escrevo da prisão do meu quarto,
 amarrada pelas cordas do nosso término,
meio escrava do passado. 
Por mais livre que me sinta sem você aqui, 
ainda não achei a janela pela qual posso me libertar. 
Na verdade, sem você aqui,
 concluí que liberdade mesmo era poder te ligar na madrugada 
só pra escutar a sua respiração quebrando o silêncio do outro lado da linha. 
Liberdade mesmo era te puxar pra perto, 
colar nossas testas e, 
de olhos fechados, 
selar nosso amor da forma que só a gente sabia.
 Liberdade era te chamar de “meu”,
 assinar como “sua”,
 me referir a mim e a você como “nós”. 
Agora, ainda aguardo o habeas corpus que me tire desse mundo de angústia e saudade.
 Ainda aguardo você.

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