Sempre quis um homem que me visse como sou.
Que percebesse os meus sinais e minha cara amarrada.
Que entendesse que meu sorriso às vezes é um simples disfarce.
E que no fundo eu sou uma pessoa que sente tudo de forma intensa.
Sempre quis alguém que me ouvisse.
Não as bobagens que falo de vez em sempre.
Mas o que minha alma não sabe dizer.
Que fizesse esforço para captar tudo que não sai da minha boca.
Sempre quis uma pessoa que fosse de verdade.
Que tivesse um sentimento puro, que me respeitasse, me valorizasse e,
principalmente, soubesse o significado da palavra sinceridade.
Sempre quis alguém com personalidade.
Não precisava ter os mesmos gostos e desgostos.
Não precisava curtir as mesmas músicas e filmes.
E se não gostasse de salada de batatas, tudo bem.
Personalidade é importante.
Autenticidade, também.
É que a gente nunca pode esquecer de ser quem é.
Sempre quis alguém com defeitos.
É que aquela fase de querer um homem alto,
de olhos verdes, carinhoso, romântico,
divertido e com um olhar de canalha ficou lá nos meus 18 anos.
Depois de um tempo,
a gente percebe que existem coisas muito mais importantes do que belos olhos verdes.
Além do mais, perfeição não existe.
Ninguém é carinhoso, romântico e engraçado o tempo inteiro.
Amor de filme é uma coisa, já o dia a dia é bem diferente.
E muito mais gostoso.
Sempre quis um homem que me apoiasse.
Que não achasse besteira os meus sonhos.
E que me desse força em cada projeto.
Que me emprestasse o ombro em cada desilusão.
Sempre quis um homem maduro.
Que me tirasse das nuvens de vez em quando.
Que me mostrasse outros caminhos, que me desse novos rumos.
Sempre quis alguém para sonhar junto comigo.
Porque a gente espera muito pelo futuro.
E quando o amor chega não tem nada melhor do que ir em busca do que virá de mãos dadas
e coração coladinho.
Hoje eu entendo que sempre quis você.
Ainda bem que te tenho.
Clarissa Correa
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