Tuesday, May 8, 2012

Mistério - Florbela Espanca



Gosto de ti, ó chuva, nos beirados, 
Dizendo coisas que ninguém entende! 
Da tua cantilena se desprende 
Um sonho de magia e de pecados. 
 Dos teus pálidos dedos delicados 
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende, 
Murmúrios por caminhos desolados. 
Pelo meu rosto branco, sempre frio, 
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas… 
Talvez um dia entenda o teu mistério… 
Quando, inerte, na paz do cemitério, 
O meu corpo matar a fome às rosas!

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Tuesday, May 8, 2012

Mistério - Florbela Espanca



Gosto de ti, ó chuva, nos beirados, 
Dizendo coisas que ninguém entende! 
Da tua cantilena se desprende 
Um sonho de magia e de pecados. 
 Dos teus pálidos dedos delicados 
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende, 
Murmúrios por caminhos desolados. 
Pelo meu rosto branco, sempre frio, 
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas… 
Talvez um dia entenda o teu mistério… 
Quando, inerte, na paz do cemitério, 
O meu corpo matar a fome às rosas!

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