Thursday, May 24, 2012

Votos de submissão


Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno...
Use capa de chuva, não quero ter você molhado. 
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando for janeiro.
Nos meses de outono eu varro sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.


O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda
- Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas -
Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos,
para serem tirados pelo seu total desejo de quimera.
- Os meus desejos, irei ver nos seus olhos refletidos.
- Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.


Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim. (Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda minha poesia.)

Fernanda Young

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Thursday, May 24, 2012

Votos de submissão


Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno...
Use capa de chuva, não quero ter você molhado. 
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando for janeiro.
Nos meses de outono eu varro sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.


O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda
- Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas -
Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos,
para serem tirados pelo seu total desejo de quimera.
- Os meus desejos, irei ver nos seus olhos refletidos.
- Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.


Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim. (Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda minha poesia.)

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