Saturday, March 24, 2012

Fernando Pessoa


Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorriso nas flores
E canto no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir os homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Porque sou só essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela ser uma linguagem nenhuma. (PESSOA, 1960, p. 157)

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Fernando Pessoa


Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorriso nas flores
E canto no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir os homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Porque sou só essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela ser uma linguagem nenhuma. (PESSOA, 1960, p. 157)

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