Friday, August 17, 2012

Manuel Bandeira



Meu Quintana, os teus cantares 
Não são, Quintana, cantares: 
São, Quintana, quintanares. 
 Quinta-essência de cantares... 
Insólitos, singulares... 
Cantares? Não! Quintanares!
 Quer livres, quer regulares, 
Abrem sempre os teus cantares 
Como flor de quintanares. 
 São cantigas sem esgares. 
Onde as lágrimas são mares 
De amor, os teus quintanares. 
 São feitos esses cantares
 De um tudo-nada: ao falares, 
Luzem estrelas luares. 
 São para dizer em bares 
Como em mansões seculares 
Quintana, os teus quintanares. 
 Sim, em bares, onde os pares 
Se beijam sem que repares
 Que são casais exemplares.
 E quer no pudor dos lares. 
Quer no horror dos lupanares. 
Cheiram sempre os teus cantares 
 Ao ar dos melhores ares, 
Pois são simples, invulgares. 
Quintana, os teus quintanares. 
 Por isso peço não pares, 
Quintana, nos teus cantares... 
Perdão! digo quintanares.

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Friday, August 17, 2012

Manuel Bandeira



Meu Quintana, os teus cantares 
Não são, Quintana, cantares: 
São, Quintana, quintanares. 
 Quinta-essência de cantares... 
Insólitos, singulares... 
Cantares? Não! Quintanares!
 Quer livres, quer regulares, 
Abrem sempre os teus cantares 
Como flor de quintanares. 
 São cantigas sem esgares. 
Onde as lágrimas são mares 
De amor, os teus quintanares. 
 São feitos esses cantares
 De um tudo-nada: ao falares, 
Luzem estrelas luares. 
 São para dizer em bares 
Como em mansões seculares 
Quintana, os teus quintanares. 
 Sim, em bares, onde os pares 
Se beijam sem que repares
 Que são casais exemplares.
 E quer no pudor dos lares. 
Quer no horror dos lupanares. 
Cheiram sempre os teus cantares 
 Ao ar dos melhores ares, 
Pois são simples, invulgares. 
Quintana, os teus quintanares. 
 Por isso peço não pares, 
Quintana, nos teus cantares... 
Perdão! digo quintanares.

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