"A felicidade é a soma das pequenas felicidades".
Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em
conta-gotas.
Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café
recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, uma pessoa que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir…
São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
‘Eu contabilizo tudo de bom que me aparece’, sou adepta da felicidade homeopática.
‘Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar
(ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava,
tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.
Alguns crescem esperando a felicidade com letras maiúsculas e na primeira pessoa do plural, mas caros amigos, dá pra ser feliz no singular:
‘Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um
momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar
indescritível’.
Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos.
E faz parte da minha ‘dieta de felicidade’ o uso moderadíssimo da palavra
‘quando’.
Aquela história de ‘quando eu ganhar na Mega Sena’, ‘quando eu me
casar’, ‘quando tiver filhos’, ‘quando meus filhos crescerem’, ‘quando
eu tiver um emprego fabuloso’ ou ‘quando encontrar um homem que me
mereça’, tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer
da felicidade de hoje.
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos.
E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.
Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos.
Que digam.
Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.
0 comments:
Post a Comment