Sunday, February 10, 2013

Clarice Lispector



Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, 
resta-nos um último recurso: 
não fazer mais nada.
 Por isso, digo,
 quando não obtivermos o amor,
 o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, 
melhor será desistirmos 
e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
 Não fazer esforços inúteis,
pois o amor nasce, 
ou não, espontaneamente, 
mas nunca por força de imposição. 
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, 
nada se consegue;outras vezes, 
nada damos e o amor se rende aos nossos pés. 
Os sentimentos são sempre uma surpresa. 
Nunca foram uma caridade mendigada, 
uma compaixão ou um favor concedido. 
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, 
e desprezamos quem melhor nos quer. 
Assim, repito, 
quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, 
e falhado, resta-nos um só caminho...
o de mais nada fazer.

Clarice Lispector

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Sunday, February 10, 2013

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Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, 
resta-nos um último recurso: 
não fazer mais nada.
 Por isso, digo,
 quando não obtivermos o amor,
 o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, 
melhor será desistirmos 
e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
 Não fazer esforços inúteis,
pois o amor nasce, 
ou não, espontaneamente, 
mas nunca por força de imposição. 
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, 
nada se consegue;outras vezes, 
nada damos e o amor se rende aos nossos pés. 
Os sentimentos são sempre uma surpresa. 
Nunca foram uma caridade mendigada, 
uma compaixão ou um favor concedido. 
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, 
e desprezamos quem melhor nos quer. 
Assim, repito, 
quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, 
e falhado, resta-nos um só caminho...
o de mais nada fazer.

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