Caio F. Abreu
"Ei, só vim avisar que estou desistindo, ok? Acho que assim será melhor, com ou sem você, já não importa mais. Venho vivendo em um perm...Read more »
"Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível". - Charles Chaplin
Martha Medeiros
"Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que tira o fôlego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre iss...Read more »
“Coisas que um homem jamais deveria usar: boné a noite, corrente grossa, sapatênis, regata, camisa pra dentro da calça e eu.” TatiBernardi
Clarice Lispector
“Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora eu sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande...Read more »
Tempos modernos - Lulu Santos
“Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro, de hipocrisia que insiste em nos rodear. Eu vejo a vida, mais clara e fa...Read more »
Bernard Shaw
"As pessoas estão sempre a culpar as circunstâncias por aquilo que elas são. Eu não acredito em circunstâncias. As pessoas que andam ne...Read more »
"Escuta o teu coração, ele conhece todas as coisas; pois onde ele estiver, é onde está o teu tesouro." Paulo Coelho
O PRIMEIRO BEIJO -
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúm...Read more »
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas da rosa pluriaberta; a língua lavra certo oculto botão, e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos....Read more »
Máscaras para Lita Soledade -
"Neste mundo de disfarces e máscaras, o mais puro torna-se confuso e fica difícil distinguir o real do trivial, o banal do essencial. À...Read more »
Trifogli
Sorriso!
Hostess
Rettangolino
Piedini in Aria
Occhioni in Bianco e Nero
Think Beautiful - Klaudia
Abbronzatura Bionda
Occhi Truccati
Piacevoli Dita
"Acho sim, que, às vezes, dou trabalho.Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat". Fernanda Young
Dalai Lama Para Ana
Essa imagem ganhei da Ana Costa dedico a ela esse post "Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da...Read more »
Rubem Alves
“Os poetas são aqueles que, em meio a dez mil coisas que nos distraem, são capazes de ver o essencial e chamá-lo pelo nome. Quando isso acon...Read more »
Monday, July 30, 2012
Sunday, July 29, 2012
Caio F. Abreu
Martha Medeiros
Clarice Lispector
Tempos modernos - Lulu Santos
Bernard Shaw
O PRIMEIRO BEIJO -
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?
Ele foi simples: - Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer. O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom.
A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros. E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca. E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez.
Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra.
Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo. A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava. E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos. Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando. O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos. De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos. Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água. E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra. Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua. Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido. Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar.
A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil. Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele... Ele se tornara homem.
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998) Clarice Lispector
A língua lambe
Máscaras para Lita Soledade -
Saturday, July 28, 2012
Friday, July 27, 2012
Dalai Lama Para Ana
Essa imagem ganhei da Ana Costa dedico a ela esse post |