Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar.
Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente.
O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar.
Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja.
Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem,
e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.
Clarice Lispector
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