O encontro entre pessoas é feito de momentos.
Eles trazem pedaços de sonhos que foram feitos juntos.
Assim acontece na amizade.
Esse tempo vivido não pode ser armazenado como uma eternidade,
como quanto durou e sim tudo que assimilamos,
aprendemos , rimos, choramos , brigamos mas....vivemos.
Fazemos planos, confidenciamos,
desabafamos e às vezes ficamos
num silêncio cúmplice sem que as palavras sejam necessárias.
A vida é cíclica nas lembranças ainda que não seja nas ações.
O amigo se faz importante mesmo que tenha partido,
que tenhamos magoado, que tenhamos sido feridos,
quando nesta ausência física,
o coração traz de volta os momentos que nos uniram.
Esses, o tempo ou a ferida nunca apagarão.
Nos encontramos, de mãos no queixo,
olhar perdido revivendo cada estória.
Os momentos vividos da forma que for fizeram
a importância desse relacionamento.
Pode ter sido segundos, dias ou mesmo anos..
A intensidade é que denota a importância nas nossas vidas
fazendo com que a saudade seja um bálsamo e
não uma lamentação de um tempo.
Aprendemos a amar diversas pessoas ao mesmo tempo
embora não estejamos na maioria das vezes disponíveis a todas.
Algumas entram avassaladoras em nossas vidas e outras paulatinamente
conquistando-nos cada dia mais embora cheios de defeitos,
na severidade de nossos julgamentos.
No carinho moldamos essas nossas imperfeições .
Com amigos construímos sonhos muitas vezes de areia que numa brisa
ou tempestade se esvaem.
Eles se desmoronam mas a grande sabedoria é perceber
a grandeza do tempo que as mãos estiveram unidas na construção
ainda que a avalanche tenha sido desastrosa,
os momentos vividos serão inesquecíveis.
A divergência atrai a mágoa no contato direto mas o carinho desfrutado nunca será deletado ou a ação que o gerou, incompreendida.
Algumas amizades perdemos de vista ,
outras caminham lado a lado, presentes fisicamente
ou permanecem armazenadas em lembranças vivas no coração.
A vida é efêmera , frágil e os momentos não retornam.
As perdas existem.
Resta-nos apenas escolher se eternizamos esses momentos
como dor ou como serenas recordações.
Não importa se o peso não tenha sido igual e
nem se a opção de escolha for diferente
porque muitas vezes o que não aceitamos no outro amigo
é exatamente o que nos falta.
Pode haver cansaço e carecer de refúgio mas não há morte.
Quem realmente gostou, não desama.
Para os erros, desculpas...
Para as mágoas, o esquecimento delas.
Vem então, a serenidade de que valeu ter convivido.
Beth Hanriot
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